domingo, 16 de setembro de 2007
. pra cima .
Ontem, numa conversa de mesa de bar, conversávamos sobre amor. Especificamente, conversávamos sobre as formas de amar, as formas que se revestem os nossos intensos e mutantes sentimentos.
Meu amigo diz sentir medo. Medo que o seu pedaço de afeto se parta dele. Eu pensei e repensei. Mas ela é uma parte e não o todo. O todo é você, e já vem completo. Ele sabe disso, eu também. Entre um gole e outro, tentávamos chegar a uma conclusão sobre algo que é inconcluível, se é que esta palavra existe. Eu tenho optado pela liberdade. Não uma liberdade com asas de anjo emprestadas de uma loja de fantasias. Asas que brotam da minha cabeça, da leveza dos meus sentimentos. O amor deve nos fazer flutuar e não aterrar (para isso existem os pés). A idéia de um contrato social me soa como falida, o fato de que as pessoas entram naturalmente em um acordo de vontades. Não há naturalidade e sim escolhas. Devemos compreender as escolhas alheias. Se contrariar, sente e espere. Faça voto de silêncio, se for preciso. Se formos perceber, até os elementos que têm raízes possuem liberdade para se movimentarem (vejam as árvores: aterradas, mas com cabelos ao sabor do vento).
E eu disse ao meu amigo pra não se preocupar. E a gente pediu mais um copo, para que o seu pedaço de afeto também pudesse beber.
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domingo, 9 de setembro de 2007
. e precisa? .
terça-feira, 4 de setembro de 2007
. Plebiscito Popular (se veio até aqui, leia com atenção) .
Estará ocorrendo, em todo o Brasil, de 1 a 7 de setembro, um grande plebiscito popular, cujo tema principal é a anulação da privatização da Vale do Rio Doce, uma das principais companhias de mineração do mundo.
O plebiscito é um dos instrumentos que a sociedade dispõe para fazer valer a sua vontade e o seu poder de atuação nas chamadas democracias, sejam elas diretas ou representativas, sendo garantido constitucionalmente. Através do plebiscito, o povo é consultado previamente sobre um determinado assunto, antes que ele vire lei, ou sobre a revogação de algo que já está instituído legalmente, como é a questão da Vale do Rio Doce.
Para quem não sabe, a companhia foi privatizada no ano de 1997, no governo FHC, por 3,3 bilhões de dólares. No entanto, este valor é considerado como irrisório, pois em apenas três meses, seu lucro foi superior ao referido preço da venda. O leilão foi considerado como fraudulento, uma vez que privilegiou as empresas privadas, dando-lhes oportunidades extraordinárias de auferirem lucros elevadíssimos.
O Brasil, ao realizar a privatização, ao meu ver, abriu mão da sua soberania e negou ao povo o direito que lhe é garantido democraticamente, sendo a companhia um órgão público e teoricamente, de todos.
Além deste tema, serão abordadas questões de fundamental importância para o nosso país: as dívidas interna e externa, a tarifa de energia elétrica, a reforma da previdência e a transposição do Rio São Francisco.
Em Salvador, há urnas na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas_UFBA (São Lázaro),
na Ucsal(Federação), no Comitê Baiano do Plebiscito Nacional (perto do Bar Quintal, no Campo Grande), na Piedade e em bairros populares.
Acho que isto diz respeito a todos nós, brasileiros, interessados em mudanças efetivas e reais. Não adianta apelarmos para a demagogia ou acreditarmos que transformações não acontecem. Isso seria querer assassinar a história e todos os movimentos que a fizeram acontecer. A luta é lenta, difícil, é verdade. Mas se ficarmos só teorizando e achando que o que está melhor é o que vem de fora, estaremos fadados à eterna condição de exilados em países alheios.
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Foto: Acampamento do Movimento dos Sem Teto (MSTS) (por Mab Cardoso).
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
. a rata do Caetano e as nossas .
Todos nós já tivemos ou teremos algum rato ou rata a passear pelos nossos restinhos de comida. Puxe aí, bem no fundo das suas memórias e o tal rato, ou rata, irá aparecer para lhe lembrar do queijo que vc não comeu por inteiro.
O rato é um animal, de modo bem particular, odiado, repugnado, evitado pela grande maioria das pessoas. Conheço uma pá de gente que não pode nem ver o bichinho em desenho animado e que odeiam a Disney por seu símbolo máximo (e é pelo Mickey mesmo e não por qualquer outro discurso anti-capitalista ou anti estadosunidosdaamérica).
O rato, ou a rata, gosta do submundo. É da noite, dos bueiros. Curte uma sujeirinha, bitucas de cigarro, restos de comida japonesa,mc donalds ou resto do resto do resto de qualquer outra coisa. O rato e a rata são livres de preconceitos alimentares:traçam de tudo. Não se pode dar bobeira com eles. Não é a tôa que existe aquele famoso joguinho para crianças: cadê o arroz que estava aqui? O rato comeu. Cadê os aspargos que estavam aqui? O rato comeu. Cadê os restos de unha do pé que estavam aqui? O rato comeu! (era rato ou gato? De qualquer forma, o gato come o rato e consequentemente, todas as porcarias que ele colocou pra dentro).
O rato, ou melhor, a rata, ficou famosa recentemente no último álbum do Caetano (Cê- excelente, por sinal), onde ele canta em alto e bom som: você foi mó rata comigo!
A rata do Caetano é tatuada e exige rocks. Ratinha descolada, como tinha de ser. Parece ser um tipo intessante. Gênia, gata e etc. Mas ainda assim, uma completa e simplesmente rata demais (e provavelmente, de olho no seu parmesão recém adquirido).
Para as ratas e ratos.
Foto: acabou a festa (por Mariana David).
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