segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Lembro-me de já ter tido muito medo das pessoas. Uma vergonha muito forte de olhar nos olhos e talvez perceber que eu não sou aceita. Ou ficar com aquele quê de incertezas que um olhar pode trazer a você.
Lembro-me que, um dia, eu tive a idéia de só fotografar olhos de mulheres para uma exposição. Tive muita vergonha de pedir a elas numa festa em que muitos olhos bonitos circulavam. Mas, recebi um conselho - talvez você não encontre outros - e fui com a câmera, escondendo os meus olhos que viam tudo. Foi mais simples do que eu pensava.
A fotografia me ajudou muito a superar os medos criados na minha cabeça. Até mesmo assumir a fotografia como meu caminho, como minha profissão. Dei muitas voltas até chegar a ela. Chorei muito em noites de angústias que pareciam não terminar, até finalmente descobrir que eu só seria feliz quando eu pudesse olhar as pessoas nos olhos, mesmo que para isso fosse necessária uma câmera na frente dos meus.

A fotografia trouxe o que há de melhor em mim. Não há mais medo por aqui.

sábado, 7 de novembro de 2009

Não sei se o que vivo é real ou ficção. Mesmo um filme documentário pode ser, por vezes, montado e criado a partir das idéias de alguém. Há edições e construções de narrativas que muitas vezes correm por fora da vida real.

Não sei se estou editando minha vida de forma que ela pareça uma coisa não vivida por mim.