terça-feira, 4 de setembro de 2007

. Plebiscito Popular (se veio até aqui, leia com atenção) .


Estará ocorrendo, em todo o Brasil, de 1 a 7 de setembro, um grande plebiscito popular, cujo tema principal é a anulação da privatização da Vale do Rio Doce, uma das principais companhias de mineração do mundo.

O plebiscito é um dos instrumentos que a sociedade dispõe para fazer valer a sua vontade e o seu poder de atuação nas chamadas democracias, sejam elas diretas ou representativas, sendo garantido constitucionalmente. Através do plebiscito, o povo é consultado previamente sobre um determinado assunto, antes que ele vire lei, ou sobre a revogação de algo que já está instituído legalmente, como é a questão da Vale do Rio Doce.

Para quem não sabe, a companhia foi privatizada no ano de 1997, no governo FHC, por 3,3 bilhões de dólares. No entanto, este valor é considerado como irrisório, pois em apenas três meses, seu lucro foi superior ao referido preço da venda. O leilão foi considerado como fraudulento, uma vez que privilegiou as empresas privadas, dando-lhes oportunidades extraordinárias de auferirem lucros elevadíssimos.
O Brasil, ao realizar a privatização, ao meu ver, abriu mão da sua soberania e negou ao povo o direito que lhe é garantido democraticamente, sendo a companhia um órgão público e teoricamente, de todos.

Além deste tema, serão abordadas questões de fundamental importância para o nosso país: as dívidas interna e externa, a tarifa de energia elétrica, a reforma da previdência e a transposição do Rio São Francisco.
Em Salvador, há urnas na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas_UFBA (São Lázaro),
na Ucsal(Federação), no Comitê Baiano do Plebiscito Nacional (perto do Bar Quintal, no Campo Grande), na Piedade e em bairros populares.

Acho que isto diz respeito a todos nós, brasileiros, interessados em mudanças efetivas e reais. Não adianta apelarmos para a demagogia ou acreditarmos que transformações não acontecem. Isso seria querer assassinar a história e todos os movimentos que a fizeram acontecer. A luta é lenta, difícil, é verdade. Mas se ficarmos só teorizando e achando que o que está melhor é o que vem de fora, estaremos fadados à eterna condição de exilados em países alheios.

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Foto: Acampamento do Movimento dos Sem Teto (MSTS) (por Mab Cardoso).

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