Os abraços servem para quando tudo se acaba e não se quer que acabe. Os abraços servem para comemorar os dias de alegria, aqueles abraços onde a pessoa lhe tira um pouco os pés do chão.
Os abraços, sempre os abraços, de corpo apertado, de peitos colados, às vezes dilacerados, servem à dor, servem à felicidade. Os abraços cabem até num livro.
Os abraços atestam as distâncias e encerram as saudades. Os abraços firmam os encontros e cabem nos tamanhos de todos os braços.
E existem pessoas que não cabem nos abraços.
Elas são o abraço.
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sexta-feira, 29 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
Abandonei as coisas velhas, larguei as roupas antigas. As fotos estão todas numa caixa, escondida no fundo do baú que herdei da minha avó, onde também tentei me esconder. Não cabia, eu não cabia ali.
Pisei em todas as lembranças com os pés calçados numa bota imunda, suja dos lugares por onde tentei fugir de tudo que me lembrava alguma coisa que um dia senti.
(Na parede de uma casa, um relógio me avisa que o tempo passa).
Quando já havia me desfeito de tudo, corri para dentro de mim, para escapar dos sons e dos cheiros que me levavam de volta ao que eu não queria. Tentei, tentei, mas eu também não cabia mais ali.
(Debaixo da terra, habitam corpos abandonados).
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Pisei em todas as lembranças com os pés calçados numa bota imunda, suja dos lugares por onde tentei fugir de tudo que me lembrava alguma coisa que um dia senti.
(Na parede de uma casa, um relógio me avisa que o tempo passa).
Quando já havia me desfeito de tudo, corri para dentro de mim, para escapar dos sons e dos cheiros que me levavam de volta ao que eu não queria. Tentei, tentei, mas eu também não cabia mais ali.
(Debaixo da terra, habitam corpos abandonados).
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