terça-feira, 23 de setembro de 2008

Só quem esteve na frente de um analista sabe o quanto é difícil. Tudo é difícil, inclusive achar um(a) que combine com você. É mais difícil do que achar namorado. Não basta o analista ser bonito, falar bem e lhe dar lencinhos para enxugar as lágrimas. Tem que haver uma espécie de química, se é que vocês me entendem.

Já passei por vários tipos. Comecei com uma terapeuta, que me mandava esmurrar almofadas. Me sentia ridícula. Psicodrama Mariana, me disse um tempo depois um amigo psicólogo. Drama demais para mim. Outra tentativa: consultório muito escuro. Não gostei da cor do cabelo dela. Mais uma: psicoterapia. Dessa vez, não precisei esmurrar almofadas, mas tinha que escutar ruídos esquisitos num fone (tipo tum tum tum tum). Ele: e aí, o que você sentiu? Eu: han? Não foi dessa vez.
Outra tentativa, desta vez, análise (Freud e coisa e tal). Que azar, o analista era meu conhecido! Deixei de lado e esqueci dessa história de me analisar, divã, murros em almofadas e ruídos non sense.

No entanto, há mais ou menos um mês e pouco, voltei a tentar. E dessa vez, funcionou! Encontrei uma analista perfeita: bonita, cor de cabelo aceitável e uma voz muito interessante. Gosto de ir conversar com ela, devo adimitir que estou até um tanto viciada. Mas, como todo namoro, a análise, nos primeiros dias é uma maravilha! Depois é que entra a famosa Dr, os complexos, os conflitos que nem você mesmo sabia. Saí de lá, algumas vezes, me sentindo uma mosca diminuta. Uma gota. Um ser muito pequeno. E, ao contrário do namorado, não há beijinhos para sarar. Muito sarcástica, a minha analista bonitona me disse: peguei pesado com você hoje, hein? Sim, pegou. Pensei até em não voltar. Mas na semana seguinte, ó eu lá de novo: e aí Mariana, o que você me conta hoje? E eu, que sempre vou com um texto pronto, me esqueço tudo na hora e literalmente, improviso a minha própria vida. Fascinante.
Estou gostando da experiência. Não penso em parar tão cedo. Se alguém aí tiver uma experiência com analistas, psicoterapeutas e afins, compartilhe comigo (e me empresta um livro do Freud!)!

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Um comentário:

João disse...

Muito bacana!!!
Trilhei o mesmo caminho.
Comecei com uma psicóloga que me mandava preencher balõezinhos em histórias de cachorros e gatos jogando pôquer e tentava me hipnotizar com um balangandã esquisito, multicolorido. Eu mentia tanto, me divertia tanto e sacaneava tanto o trabalho dela, que a coitada acabou mandando minha mãe me afastar de meu pai (rsrsrsrsrsrrsrsrsrsrsrsr) e eu nunca mais voltei na criatura. Ela surtou!
Depois, fui num psiquiatra! O cara só me olhava. Queria que eu parisse um filho ali, da noite pro dia. Fui apenas duas vezes. Nem tenho o que falar daquele pedaço de vidro!
A terceira foi uma Senhora, psicóloga. Até que me dei bem. Ela era professora universitária, era inofensiva. Por isso saí.
Só acertei na quarta tentativa. Vou a uma psiquiatra de 15 em 15, acho q já cumpri a fase semanal. Ela é ótima, me provoca, ri comigo, é super-simpática, entende perfeitamente meus conflitos e não usa de drama. Vou fazer pelo resto da minha vida. A liberdade que eu encontro ali é inigualável. Aquela pessoal, disposta a ouvir os problemas que tento resolver internamente, sozinho, é o máximo. Costumo aconselhar a todos, pq tô ligado que tem muita gente precisando e desesperada p desabafar!