terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

. Frevo sonhando com queijo .

Passei o carnaval no Recife, como de costume. Desta vez, levei meu namorado a tiracolo. No Recife, os confetes caem do céu logo após do Natal e mesmo com o término oficial da folia, tem um monte de ressaca, de comemorações, de forma que ou se cai no frevo ou seu destino é ser um exilado vítima da ditadura de momo.

Bem, chegamos, nos instalamos e fomos conferir o Recife Antigo, um monte de gente na rua, um tanto de troças tocando frevo e maracatu, expressões felizes de quem esperou por este momento por toda uma vida. Nós pulamos, forçamos um astral carnavalis, mas não adiantou: no dia seguinte, sexta-feira, ignoramos a abertura oficial do carnaval e fomos pro boteco mais próximo tomar cerveja e comer queijo coalho. Pairava no ar algo do tipo, ih, erramos o destino, mas tudo bem. Com muito esforço, fomos para Olinda no dia seguinte, mas, definitivamente, nosso espírito estava mais para um cantinho, um violão do que para um frevinho, pegação. Chegamos arrasados e concluímos que deveríamos ter ido era para Minas, comer queijo, tomar banho de cachoeira, pegar algumas festinhas nortunas e só. Nossa folia estava pedindo arrêgo, literalmente.

No entanto, soubemos nos divertir sim. Para nossa sorte, o carnaval de Recife é bem tranquilo, com vários pontos de refugio e com o Recbeat, onde se pode ouvir coisas diferentes e nada carnavalescas: ouvi o Móveis Coloniais de Acaju e adorei, bem dançante, divertido, pra cima, com direito a banho de chuva e rodinha coletiva. Ouvi o Pato Fu (que foi legal, não tanto por eu estar doente em razão da chuva dos Móveis), Lucy and the Popsonics (que eu não gostei, show fraco e com as pessoas reclamando), uma orquestra argentina tocando tango, muito boa, mas inapropriada para o carnaval (estar sentado ia cair bem). Também foi massa o show de Lenine ( apesar de eu não gostar muito) e Milton Nascimento será sempre Milton Nascimento (ó, Minas Gerais!). O pós carnaval nos rendeu banho de mar em Porto de Galinhas (não recomendo) e Maracaípe, idas aos Museus dos primos Brennand e à casa de Gilberto Freyre, cervejinha no antigo e gastação de tempo com um jogo de palavras cruzadas.

No mais, Recife sempre será Recife, e eu sempre vou querer voltar ( mas não antes de ir em Minas, São Paulo, Pará,...).

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