Entre o presságio e o sonho
Uma janela indiscreta
por onde entra a brisa
que meus cabelos conserta
Entre o olhar perdido
e a linha reta
vejo surgir no horizonte
uma bicicleta
e a linha reta
vejo surgir no horizonte
uma bicicleta
(Ivan Seixas)
*
Começo o meu blog me traduzindo pelas palavras de um amigo, um gênio escondido atrás de um quase sucesso.
Assumo aqui a difícil tarefa de escrever, colocar meus filhos no mundo em forma de palavras.
O título me veio ao ver esta foto, nas minhas reminiscências de um saudoso carnaval pernambucano, quando eu observava o mar de Boa Viagem ( E só observava. Tive medo dos tubarões). Há uma bicicleta lá no fundo, beirando o mar, salgando as rodas, e que só foi percebida quando o momento deixou de existir, quando ele foi congelado em pixels, graças à tecnologia e também ao olhar atento do meu querido amigo Duda, paraibano e pernambucano, com um olhar extremamente sensível às grandes miudezas.
Sou um pouco como essa bicicleta. Pequena, quase um vestígio, um fragmento que passa e só deixa a suave brisa, das coisas que passam rápido. Mas, às vezes, me demoro, e paro a bicicleta na beira do mar, faço o vento parar, a roda descansar e me entrego à grandeza de ser só um rastro de qualquer coisa no horizonte.
Estou sempre entre o presságio e o sonho*
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