segunda-feira, 27 de agosto de 2007
. deixa o inverno pra mais tarde .
Eu adoro metáforas. Uso e abuso delas, para fazer as minhas descrições, associações e pra dar um certo charme a coisas aparentemente sem graça.
Não vou aqui enumerar as minhas inúmeras metáforas. Vim para escrever sobre outra coisa na verdade, mas tinha que render as devidas homenagens a esta ilustríssima figura de linguagem.
Andei reparando que as pessoas são como as estações. Algumas são como o inverno: frias, cinzentas, solitárias, e muitas vezes donas de uma grande beleza por trás de uma densa melancolia. Outras são como o verão: quentes, vibrantes, um tanto sufocadas de euforia. Sempre chegam invadindo, sem pedir licença, trazendo muito, muito calor. Escrevo isso porque acabo de ser invadida pelo verão, em pleno inverno (tudo bem que a Bahia não oferece um inverno clássico, mas vejam lá, peço licença poética). Quem sabe do que se trata vai entender o que vou dizer.
O verão vem, invasor nato, e chega: nos acorda bem cedo com o sol na cara e só vai embora lá pelo fim do dia. O verão queima, mas nos deixa mais bonitos. O verão pede água, tem sede, olha as mocinhas na praia e pede pra ficar. O verão tem uma beleza escancarada, e a esbanja em cada cantinho por onde passa. O mar fica mais azul, as pessoas sorriem mais, filhos são mais concebidos, há música por todos os becos, guetos e afins. O verão ilumina, é observador e quando cansa, se derrama no mar, exibido que é, esse verão.
E eu, que sou tão invernal, ando sentindo um calor danado esses dias.
Traz mais água, sim?
(Ao meu verão invasor)*
Foto: E o verão chegou ( Por João M. Meirelles).
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